Dias sem pornografia


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Recaída

É triste, mas ontem eu recaí. E fiz algo que não recomendo a vocês: me dei um "aval", tipo "bom, só por hoje eu vou me permitir, já que no dia de hoje eu recaí...". E aí foram várias vezes M e O (masturbação e orgasmo), com direito a P (Pornografia) na última. Isso é MUITO errado. Se você recaiu, ok, bola pra frente. Tente sair de casa, porque certamente seu corpo vai falar: "hey, que tal mais um pouco de dopamina?". Recair uma vez é muito melhor do que recair varias vezes num mesmo dia.

Minha meta é ficar ao menos 60 dias sem PMO. Quero fazer o chamado "reboot", reinicializar o cérebro em relação à pornografia.

Achava que a jornada ia ser fácil, mas vi que chega uma hora que é complicado. E paradoxalmente é complicado não porque você se sinta mal, mas justamente porque você nunca se sentiu tão bem, tão homem, tão confiante, tão sensível (não no sentido emocional, mas em relação ao prazer... Na minha opinião, sair da pornografia, como sair de qualquer vício, te faz sentir mais prazer, seja comendo algo, bebendo algo, beijando uma garota ou sendo tocado...) e, eventualmente, com tanto tesão (até porque você tem um harém de atrizes pornôs e imagens na cabeça). E aí está o perigo: você, se sentindo cada vez melhor e mais sensual, voltar para a masturbação, que puxa a pornografia e você atrasa seu processo de abandono do vício.

Atrasa. Você não perde o tempo que presenteou seu cérebro sem pornografia. Mas, para quem tem disfunção erétil como eu, é preciso ficar alguns meses sem PMO. Ao menos é o que tenho lido no YourBrainOnPorn.com, os casos bem sucedidos de reboot e recuperação da impotência sexual.

Para mim, os primeiros dias após a recaída são fáceis de ficar sem PMO. O corpo meio que está se recuperando (até porque minhas recaídas tem sido bem estilo "farra", caracterizadas pelo excesso, o que é mais um indício de um comportamento viciado). O difícil é quando vou chegando lá para o oitavo, nono dia.

Bom, mas vamos lá. É levantar a cabeça e recomeçar a luta.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

10 dias sem PMO

Estou chegando a meu décimo dia sem Pornografia, Masturbação ou Orgasmo (PMO). Gostaria de descrever como me sinto.

Percebo que tenho muito mais energia e disposição. Nas minhas épocas de masturbação eu sempre acordava cansado, mesmo dormindo 8 horas ou mais por noite. Não tinha coragem nem disposição para nada. Agora, com apenas 10 dias sem PMO sinto que acordo "renovado". Volto a ver como o sono é regenerador.

Pode parecer estranho, mas sinto que agora tem um "conteúdo" dentro de mim, uma potência, uma energia que me faz sentir robusto e capaz. Ficar sem masturbação e pornografia é como ligar um motor dentro de si. Faz-nos perceber o quão a natureza nos deu um bem-estar interno natural, que P e M nos roubam sem que vejamos. Como escrevi no post anterior: o grande problema do vício em pornografia e masturbação é que seus malefícios, e portanto o próprio vício, são imperceptíveis, silenciosos.

Por enquanto tem sido fácil me controlar. Não têm vindo muitas imagens excitantes em minha cabeça e quando elas vêm, tenho logo conseguido dissipá-las, seja me distraindo com outras coisas, seja dizendo para mim mesmo que aquela excitação não é por causa de uma mulher real, mas por conta da parte viciada do meu cérebro, cheia de imagens pornográficas.

Além disso, percebo que meu cérebro é mesmo viciado em P e M por causa de algumas sensações fisiológicas que tenho sentido. Minha respiração às vezes fica ofegante, e percebo que meu corpo estranha quando deito à noite na cama e não toco meu pênis. É como se a mão (e o cérebro) tivesse condicionada a buscá-lo para a masturbação. Nesse aspecto meu auto-policiamento tem sido constante. Ao mesmo tempo percebo que uma parte central do meu cérebro está diferente. Não doi, nem incomoda, mas talvez seja a parte cerebral acostumada a receber enormes quantidades de dopamina liberadas pela pornografia e masturbação. Eu poderia resumir tudo isso como se o corpo dissesse: "Ei, cadê minha dose de dopamina diária?".

Mas é exatamente isso que vai me fazer sentir prazer com mulheres reais: meu corpo precisa reaprender a sentir prazer com doses menores de dopamina; e a desaprender a sentir prazer com imagens pornográficas. O vício em pornografia te sensibiliza para o prazer com imagens pornográficas cada vez mais extremas na tela do computador, e te dessensibiliza para o prazer com o sexo real (e vários outros pequenos prazeres da vida).

Nossa caminhada é reverter esse dano que a pornografia causou. Cada dia é uma vitória. Espero que compartilhar minha experiência me ajude e os ajude.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Primeira postagem

Olá, sou o Magrão. Criei esse blog para compartilhar minha experiência de abandono do vício em pornografia e masturbação. Todos os sites que encontrei abordando o tema em língua portuguesa tem alguma ligação com religião. Embora eu respeite as crenças, creio que seja preciso uma visão laica deste problema que tem destruído a vida de vários homens, muitas vezes sem eles perceberem. A religião pode ter muito a dizer sobre o assunto, mas o fato é que a pornografia e a masturbação criam problemas fisiológicos, e é isso que eu gostaria de comunicar.

Sua impotência sexual pode ser fruto da pornografia. Seu desinteresse por mulheres "normais" e eventualmente até suas dúvidas quanto a sua orientação sexual, tudo isso pode ser resultado do consumo de pornografia.

Ocorre que falta esse tipo de informação, sobre os malefícios da pornografia ao cérebro humano. Geralmente as pessoas começam a consumir pornografia no início da adolescência. Após o advento da internet banda larga, isso passou a ocorrer cada vez mais cedo, e o consumo de pornografia - hoje acessível em um clique - em doses cada vez mais intensas. O saldo disso é que as pessoas iniciadas nessa "sexualidade virtual" só vão saber que estão viciadas em pornografia depois de muitos anos passando por tudo que é tipo de especialistas: psiquiatras, psicólogos, sexólogos, urologistas, etc. Eis alguns sintomas desse vício: disfunção erétil, ansiedade social, baixa libido, falta de energia e até atração por pessoas do mesmo sexo. Talvez o pior do vício em pornografia seja esse caráter silencioso e difícil de perceber, pois não é um problema de saúde muito conhecido, já que é um vício novo, fruto do advento da internet banda larga.

A primeira coisa que um homem consumidor de pornografia pensa quando lhe ocorre a impotência é: "preciso tomar Viagra". Só que não adianta, pois o problema não é no pênis, mas na cabeça. A pornografia alterou o padrão de sensibilidade desse homem e, portanto, as mulheres reais não excitam alguém que está acostumado com as perfeitas atrizes pornôs em cenas cada vez mais extremas e excitantes. O fato é que até você perceber isso, já se passaram anos da sua vida. Mas não há nada pior do que você não saber qual o seu problema.

Felizmente as alterações cerebrais causadas pela pornografia tem reversão. O cérebro humano é muito plástico e se adapta às condições a que é submetido. Portanto, se você abandonar a visualização de pornografia e a masturbação, seu cérebro vai "reaprender" a sentir prazer com uma mulher real. Este processo chama-se rebooting.

Abordarei mais sobre o assunto aqui no blog. Espero que vocês comentem e relatem seus problemas ou batalhas contra a pornografia e a masturbação. Por ora, fiquemos com esse vídeo acima (clique em ativar legendas -> português, no menu do YouTube)