Dias sem pornografia


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um manual da vida boa

Aos mais de 130 dias longe de pornografia, tenho estado no melhor momento de minha vida. Não estou eufórico e sinto um bem-estar sereno e constante.

Gostaria de colocar um assunto que considero importante.

Um dos diferenciais que julgo estar contribuindo para uma caminhada mais serena nesse segundo reboot é a minha retomada de uma vida espiritual. Voltei a ter contato com religião (sou católico) e isso tem me feito muito bem. Saiu o vício, entrou Deus em minha vida.

Nossa vida de viciados era caracterizada pelo desregramento (o que aliás é o símbolo do capitalismo de hoje: a vida desregrada, desregulamentações de mercados, o laissez-faire aplicado a todas as esferas da vida). A religião oferece regras, regras para uma vida boa. Os Dez Mandamentos, para quem é cristão, são um manual da vida boa. Aliás, para quem não é cristão também: duvido que alguém, devoto ou não, degrade sua vida seguindo este "manual". A ideia dos Pecados Capitais, aqueles que são os mais devastadores para a pessoa e para a convivência social. Ou seja, você crendo ou não, há muita sabedoria na religião e não é por acaso que resistiu a milênios. E num mundo onde é fácil se enforcar na corda da liberdade, a religião é uma lanterna para quem está no fundo do rio afogado.

Não estou aqui fazendo proselitismo, apenas explicando meu caso, o que pode ajudar algumas pessoas. A religião é algo íntimo, que a pessoa por si própria vai sentir necessidade de buscar a certa altura da vida. Quando eu era adolescente isso não fazia nenhum sentido pra mim. Hoje o faz totalmente. E não precisou ninguém me convencer. Eu sozinho senti a necessidade.

O fato é que o vício ocupa um lugar de um falso-deus em nossa vida. É ele que dá conforto nos momentos difíceis, embora cobre o preço de te escravizar. Então, sair do vício é trocar o falso-deus por Deus, que dá conforto nos momentos difíceis sem, no entanto, nos escravizar como o vício o faz.

Para mim a religião não é um elemento de culpa, mas libertador. Encontro ali conforto e não repreensões. Uma mão amiga e não um dedo apontando para minha conduta. Sem falar que a Igreja é um dos poucos lugares - nessa sociedade tomada pela perversão do lucro e a perversão da pornografia - onde sei que irei ouvir discursos que visam ao bem-comum.

Quando eu penso que posso recair, a Igreja e Deus me ajudam a ter forças. Quando percebo que meu reboot está saindo do eixo, não lembro só dos conhecimentos neurocientíficos, mas analiso minha vida sob a ótica dos Dez Mandamentos. A mim, tem-me sido de grande ajuda. Como eu disse, ali há um manual da vida boa (mesmo para quem não crê), um eficiente manual de como tirar o melhor de si e não se perder.

Sobre a importância de uma vida espiritual para quem quer abandonar o vício, reveja: http://vivasempornografia.blogspot.com.br/2014/08/esta-psicologa-fez-uma-serie-de-videos.html